Wednesday 12 August 2009

número zero, como sempre e dantes

Criar este espaço é uma coisa que vai fazendo falta. Se calhar muitas pessoas (e falei com algumas delas a este respeito) diriam "para quê mais um blog?" E é redundante responder a isto, porque, de facto, existem bastantes textos introdutórios a blogs que se iniciam com muita energia e força de trabalhar, intitulados "mais um blog", ou coisa que o valha. Mas, neste caso, era imperativo criar este blog, criar esta força criativa (passo o pleonasmo), porque - e, aqui, falo por mim e pelo amigo com quem decidi abrir este blog - sentimos que estávamos a estagnar na nossa "obra", na nossa escrita. Garantidamente que isso está a acontecer, e, portanto, pretendemos poder ter, aqui, um refúgio gerador de um certo e específico ofício da escrita (cito este termo a propósito de uma conversa com outro grande amigo, o Paulo, que, por sua vez, citava António Lobo Antunes), um local propício à construção inter-estruturada e combinada dos nossos esforços literários. Toda a presunção à parte, o que queremos é voltar a escrever pelo prazer de suceder estarmos a escrever num certo momento. Nem que, para isso, tenhamos que nos forçar a escrever todos os dias, ainda que uma ou duas linhas de um texto contínuo, a par, que será o propósito último do blog. Em copo ou cone? Aparentemente, das duas formas, aproveitando e conjugando as qualidades e compensando os desméritos de ambas.

Pedro Tiago (groze)


No fundo, tudo vai passando despercebido e tudo é mais um mergulho no meio de tantos, tudo se vai perdendo de início pela motivação que nunca chega a aparecer, por muito que se pense querer uma coisa. Este blog, para além de refúgio pseudo-artístico/poético, funciona como isso mesmo, uma motivação para a nossa criação,
uma obra de arte que nos criará aos poucos e nos será uma casa para as letras, uma paragem obrigatória ao intelecto (se é que este por aí ainda ^^). Para além de tudo, estou certo que será motivo para serões bem passados a partilhar ideias ou seja o que for, mas a partilhar, que tanto vai fazendo falta. Um projecto para a posteridade, uma necessidade urgente, um colóquio sobre qualquer coisa que valha a pena colocar em copo ou cone.

Mortir